Aquando do referendo de 1998, a regionalização foi-nos sempre apresentada como algo prejudicial para o País devido a criar desigualdades regionais. Surgiu a promessa por parte dos adversários da regionalização, que iriam ser feitos mais investimentos nas regiões de forma a ultrapassar as diferenças regionais existentes. Pouco ou nada foi feito!
Estamos em 2019, no Algarve não há transportes públicos em condições, a ferrovia é um horror, a A22 está portajada com elevados custos para os algarvios e a saúde é uma lamentável tristeza com prejuízos para os utentes. Os politicos do Algarve, nomeadamente os do PS/PSD/CDS têm sido subservientes ao poder central, com as consequentes perdas para a região. Acresce a pertinência de grande parte dos impostos do turismo serem pagos em Lisboa e o Algarve ser apenas explorado.
Um estudo realizado há alguns anos atrás indicava que os apoios comunitários eram maioritariamente aplicados nas áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, em detrimento das restantes regiões, nomeadamente do Algarve. Alguns adversários da regionalização, atualmente já admitem que existindo regiões os apoios europeus serão mais facilmente aplicáveis e em proporções mais igualitárias a todo o País.
A argumentação daqueles que defendem o aparecimento de mais caciquismo e pequenos ditadores, é facilmente anulada com uma regulamentação e fiscalização adequadas por parte das entidades eleitas por todos os algarvios. Outra argumentação prende-se com a questão de onde se conseguirão as receitas necessárias para esta nova estrutura. Neste aspecto devemos lembrar que o Algarve é uma enorme fonte de receitas para o País, e certamente conseguirá verbas para fazer face às hipotéticas despesas, acrescentando que deve surgir uma dinâmica de solidariedade para com as regiões mais desfavorecidas do todo nacional.
Por outro lado importa incentivar o aumento da participação dos cidadãos de modo a incrementar uma maior exigência e esclarecimento, com a consequente transparência e rigor por parte da administração pública e dos membros eleitos para os órgãos executivos que venham a ser criados. A regionalização deve avançar o mais rapidamente possivel e os algarvios, todos, têm de travar esta luta pelo direito a decidirem o seu futuro e o progresso do Algarve!