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Enfrentar as duas pandemias: a da Covid-19 e a da Austeridade patronal

A CGTP do Algarve, representada pelos principais sindicatos da região, comemorou o 1º de Maio, entre outras iniciativas nos seus sítios informáticos e nas suas sedes, com uma concentração na rotunda central do Forum, em Faro.

Estiveram presentes várias dezenas de dirigentes e delegados sindicais, com faixas representativas dos sindicatos, vivas ao 1º de Maio e palavras de ordem expressando as maiores reivindicações dos trabalhadores neste momento.

O coordenador da USAL, interveio realçando que a CGTP realizava, nas mesmas circunstâncias, vinte e cinco concentrações por todo o país. Todas elas no respeito mais completo pelas normas de segurança sanitária em vigor, de modo a que nem a saúde dos presentes fosse posta em risco, nem pudesse ocorrer qualquer perigo para terceiros.

Agradeceu e enalteceu a acção de todos os trabalhadores que desenvolvem o seu trabalho quer presencial, quer por teletrabalho, nos estabelecimentos hospitalares e no acompanhamento dos doentes, tanto os contaminados pela Covid-19, quer das restantes doenças. Bem como de todos os outros que se mantêm a trabalhar em todas as actividades essenciais para o prosseguimento da vida das famílias e para o funcionamento indispensável da sociedade portuguesa, mesmo neste período de necessário confinamento e distanciamento físico.

A CGTP quis marcar presença na rua, reafirmando todo o respeito e aceitação pelas regras sanitárias, para melhor chamar a atenção à opinião pública nacional para a grave situação que milhares e milhares de trabalhadores e as suas famílias, por todo o país, já estão a sofrer com os despedimentos, salários cortados e em atraso, direitos desrespeitados, excesso de trabalho e de horários prolongados sem remuneração e muitos outros abusos patronais.

Há a certeza de que, após o abrandamento da pandemia, a intenção dos grupos económicos, da banca e dos especuladores financeiros é piorar ainda mais essa situação através de mais medidas de austeridade, para fazer recair sobre os trabalhadores a factura da quebra de lucros que agora têm. Mesmo quando, sobretudo o grande patronato, continua a acumular lucros, sobre os milhões anteriores, e distribuindo chorudos dividendos em vez de, pelo menos agora, não o fazer, pondo essas verbas ao dispor da manutenção dos posto de trabalho e dos salários.

Contra isso a luta dos trabalhadores e dos seus sindicatos e colectivos representativos vai ter de crescer muito nos próximos tempos, quer para enfrentar esse ataque patronal, quer para pressionar o governo a sair das medidas insuficientes que tem tomado e melhorá-las, tanto para todos os trabalhadores, como para as micro e pequenas empresas. E para o forçar a agir sobre os grandes grupos e a Banca de modo a que tenham de participar nesse esforço de protecção do Trabalho, única maneira de retomar a vida económica de modo socialmente justo e numa perspectiva ambientalmente sustentável.

1º de Maio de 2020

VR

Veja o algum de fotografias abaixo:

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