Preocupado com a ausência de planos regionais ou municipais para a energia, o desperdício no seu consumo e a falta de aproveitamento do potencial energético regional, o Bloco de Esquerda do Algarve reuniu esta semana com a AREAL (Agência Regional de Energia).
O Director da Areal confirmou as preocupações do Bloco de Esquerda e salientou que o consumo de energia no Algarve está a crescer a um ritmo superior a 5% ao ano, acima da média nacional. Segundo José Luís Torrão, as acções de demonstração de boas práticas que a AREAL tem promovido não têm encontrado receptividade na generalidade das autarquias e das unidades hoteleiras da região. Por outro lado, apesar de o Algarve ser das regiões do país com maiores potencialidades para a produção de energia a partir de fontes renováveis, é muito escasso o contributo da região para essa produção.
O Bloco de Esquerda lamenta a forma como o sector da energia foi tratado no PROTAL (que nem sequer actualizou o último Plano Regional de Energia, datado de 1993) e apela a que este sector seja devidamente enquadrado pelos Planos Directores Municipais agora em revisão. Esses planos devem conter uma "Carta Energética Municipal", que avalie o consumo de energia no território de cada concelho e proponha estratégias para a sua redução; por outro lado, o BE também considera que os PDM devem fazer uma avaliação do potencial do território para a produção de energia a partir de fontes renováveis.
A diminuição do consumo de energia e a produção a partir de fontes renováveis podem ter efeitos rápidos sobre a emissão de CO2 e na descida dos custos com a energia. O Bloco apela a que as Câmaras e autoridades regionais promovam a implementação de políticas de redução de consumo e utilizem generalizadamente energias de fonte renovável em edifícios (como as piscinas e outros recintos desportivos) e iluminação pública.
O Desenvolvimento Sustentado do Algarve e a resposta célere aos efeitos negativos das alterações climáticas em curso dependem mais dos actos que das palavras de circunstância.