No passado Sábado, realizou-se em Faro, o 3º Encontro Autárquico Regional do BE/Algarve. Na reunião estiveram presentes aderentes e simpatizantes de todos os núcleos e ainda de outras localidades.
Na sessão da manhã, quer os elementos da mesa do debate, quer muitos dos participantes, fizeram bastantes intervenções comentando a acção desenvolvida nos órgãos autárquicos onde o Bloco tem camaradas eleitos, bem como outras iniciativas de âmbito local.
Foi realçada a participação nas sessões das Assembleias Municipais e de Freguesia, principalmente nos períodos de Antes da Ordem do Dia, onde na maior parte das sessões o Bloco apresentou numerosas moções com especial relevo para o apelo à solidariedade com os trabalhadores e famílias atingidas pelo desemprego e pelos baixos salários, em que se agravam as condições de vida, o que motivou o BE a propôr a constituição de gabinetes de crise e medidas de apoio aos sectores mais atingidos. Questões como o combate à especulação imobiliária, a denúncia do caos urbanístico e da degradação do património, a necessidade de habitação social e de recuperar os fogos degardados, a defesa do meio ambiente, têm estado presentes na intervenção autárquica do BE regional. Também o combate à corrupção, a exigência de muito maior transparência da gestão dos municípios e incentivo à participação dos cidadãos são preocupações que motivam o activismo local do BE.
A necessidade de reforçar a acção junto das populações e de apoiar e incentivar as suas reivindicações e movimentos, foi um aspecto consensual e manifestado por muitos dos participantes. Foram também apontadas dificuldades de preparação dos assuntos em discussão nas sessões autárquicas, devido tanto ao atraso de entrega e deficiência da documentação que acompanha os temas, como também ao pouco conhecimento técnico sobre várias das matérias.
Após o almoço de convívio em que participou a maioria dos presentes no encontro, este continuou com a intervenção do deputado Fernando Rosas, que realçou a importância do momento político, em que a crise social e económica aumenta no mundo e em Portugal, onde a crise nova mundial se veio juntar à velha crise nacional. Rosas apelou à intensificação do activismo bloquista em defesa dos trabalhadores e da população mais carenciada, ligando-o à preparação das três eleições que se aproximam e devem ser encaradas desde já como uma única campanha.
A propósito das candidaturas autárquicas referiu a justeza de se alargarem ao máximo as listas próprias do BE a independentes e mesmo ao apoio a listas de movimentos sem partido cujos programas coincidam com as principais propostas do Bloco. Chamou a atenção para a decisão nacional de não se avançarem quaisquer coligações com outros partidos, bi ou pluripartidárias, em particular com o PS, tanto pelo carácter das suas políticas, como por ser contra o seu governo que se centram as críticas e as alternativas que o BE apresenta aos eleitores.
José do Carmo, candidato do Algarve na lista ao Parlamento Europeu, apelou à participação e realização pelos vários núcleos de mais iniciativas nesta campanha que está já a decorrer. Acentuou também que os três actos eleitorais devem ser encarados como um processo único e como os temas europeus se ligam completamente aos problemas que a região atravessa.
Na síntese do encontro foram acentuadas as principais linhas de orientação para as candidaturas do Bloco na região e a importância de corresponderem à inversão do rumo político das actuais gestões autárquicas e não apenas à sua melhoria ou continuidade. Em oposição e alternativa ao bloco central dos interesses instalados na generalidade dos concelhos algarvios e reivindicando um crescimento equilibrado, em que o turismo defenda a natureza em vez de a parasitar e sirva o aproveitamento dos recursos naturais e a diversificação da actividade económica em vez de a monopolizar.