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BE volta a exigir a suspensão de portagens na Via do Infante

O Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução pela suspensão imediata das portagens na Via do Infante - A22, em articulação com o reconhecimento, por parte do Governo, da requalificação da EN 125 e a eletrificação e modernização da linha férrea do Algarve como investimentos prioritários.

É desta forma que o BE retoma o tema das portagens na Via do Infante - exigindo a sua suspensão - e recordando ao Governo o compromisso assumido em fazer depender a introdução de portagens na Via do Infante - A22, da requalificação da EN 125. Os deputados do BE relembram também (ao Governo) que os dois anos e meio de portagens naquela via trouxeram, entre outras consequências, o aumento do registo de sinistros na EN 125 e prejuízos, contabilizados até ao 3º trimestre de 2013, superiores a 21 milhões de euros.

A intenção de portajar a Via do Infante - A22 por parte do Governo Sócrates e, depois, a sua efetivação já com Passos Coelho e Paulo Portas, gerou uma indignação em toda a população Algarvia que dura desde setembro de 2010. Desde esse primeiro momento multiplicaram-se as formas de protesto e trouxeram ao palco da contestação as forças vivas da região. A luta, contínua e mantida pela Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), levou a Assembleia da República a debater duas petição em defesa da abolição das portagens.

"A mobilidade regional regrediu 20 anos com a introdução de portagens, a não requalificação da estrada nacional n.º 125 e de uma linha férrea desadequada às necessidades" afirmam os deputados do BE e traçam o diagnóstico: a região do Algarve não possuí um sistema integrado de mobilidade regional que apoie o crescimento e a sustentação da economia local e um Governo que "ao invés de encarar de frente estas dificuldades, ignora-as."

Como exemplo, os deputados do BE recordam o "aviso" deixado no Algarve pelo Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, na apresentação pública do relatório do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Valor Acrescentado: "Acabar a EN 125 mais rápido, não haverá dinheiro para a ferrovia".

Recorde-se que foram identificadas, por Sérgio Monteiro, as duas intervenções prioritárias na região: a conclusão da eletrificação da linha férrea e intervenções nos portos comerciais de Portimão e Faro.

Porém, as forças vivas da região deixaram claro que a sua maior preocupação é a Via do Infante.

Foi no  II Fórum Algarve-Andaluzia, realizado no dia 22 de março em Loulé, que representantes de diversas forças políticas e económicas, Presidentes de autarquias Algarvias, vereadores e membros de várias outras entidades regionais, manifestaram a sua total oposição às portagens e a favor de um sistema de mobilidade que dignifique a região.

Já para o BE "é evidente que nem todas as opções devem ser colocadas em alternativa nem a chantagem é a aceitável" referindo-se ao "aviso" deixado por Sérgio Monteiro e afirmando a "urgente conclusão da eletrificação e modernização da linha do Algarve, contemplando a alteração do traçado ao Aeroporto de Faro e ao Porto comercial de Faro". Segundo os bloquistas, trata-se de uma "perspetiva de futuro que abrirá portas à travessia do Rio Guadiana (...) para uma ligação a Espanha em linha de tráfego misto, permitindo a ligação à cidade de Huelva e uma maior aproximação à rede de alta velocidade, em Sevilha, com ligação à Europa", concluem.

Ler aqui o referido Projeto de Resolução